Gigantes ecológicos no Dubai e na China

Durante o inverno, a temperatura média no Dubai é de 25 graus Celsius – um perfeito dia de verão no Reino Unido. Com condições meteorológicas como estas, não é de surpreender que o Dubai esteja a construir o maior parque solar do mundo.

Ocupando 77 km de deserto a cerca de 50 km a sul da cidade, este projeto foi lançado em 2013 e concluiu, agora, a segunda de cinco fases de construção. Sua Alteza, o Xeque Mohammed bin Rashid, inaugurou oficialmente a segunda fase do parque, que irá gerar 200 MW de energia, eletricidade suficiente para 50 000 casas. A unidade completa deverá estar operacional em 2030 e terá uma capacidade de 5000 MW, fornecendo energia a 800 000 casas, ou um valor calculado de 25% da produção total de energia do Dubai. A terceira fase arrancará em 2020 e a quarta em 2021. Depois de concluído, o parque solar reduzirá, anualmente, mais de 6,5 milhões de toneladas de emissões de CO2.

Esta última fase do projeto envolveu a instalação de 2,3 milhões de painéis solares fotovoltaicos numa área de 4,5 quilómetros quadrados no interior, rodeada por dunas de areia que protegem os painéis do pó. O parque será ligado à rede elétrica do Dubai através de uma subestação, que inclui sistemas de proteção, automação e controle, vigilância e comunicação. A subestação deverá ser, principalmente, equipada com aparelhagens de comutação isoladas a gás e transformadores de potência que permitem que a energia seja transferida para a rede elétrica.

Estas instalações de 327 milhões de dólares americanos faz parte da Estratégia de Energia Limpa do Dubai 2050, que visa aumentar a produção de energia limpa no Dubai, com uma geração total de energia de 7% até 2020, 25% até 2030 e 75% até 2050. Os EAU dependeram durante muito tempo do gás natural como a sua principal fonte de energia para eletricidade pois, enquanto que o Emirado de Abu Dhabi possui 94% do petróleo dos EAU (6% das reservas de crude mundiais), o Dubai e outros emirados vizinhos possuem reservas muito pequenas. Impulsionado pela visão da família real do Dubai, o compromisso ecológico está estabelecido e o parque representa um passo essencial para se obter 10% da eletricidade do Dubai a partir de fontes de energia renováveis até 2020.

De igual modo, o Parque Solar da Barragem de Longyangxia, na China, também é um gigante de energia verde. Este parque estende-se por uma área de 27 quilómetros quadrados na província ocidental de Qinghai. Também lançado em 2013, o parque tem-se expandido constantemente, consistindo, hoje, de quase quatro milhões de painéis solares fotovoltaicos. De momento, tem a capacidade de produzir energia suficientes para abastecer até 200 000 casas. Tal como o Dubai, a China tem feito progressos impressionantes no seu compromisso para com a energia verde e possui planos ambiciosos. A energia solar costumava ser considerada demasiado dispendiosa para que fosse uma opção viável de produção de energia sustentável; no entanto, a queda dos preços permitiu que o país expandisse consideravelmente as suas operações no ramo da energia solar. A China, que era, anteriormente, um grande defensor da energia hidroelétrica, planeia aumentar a percentagem de fontes de energias renováveis no cabaz energético do país em 20% até 2030.

Estes parques solares gigantes desempenham um papel importante na construção de um futuro global sustentável. Se o setor for guiado pela inovação e a ambição, vai ser uma corrida para ver quem consegue ser o maior e o mais ecológico.