Cabos de baixa emissão de fumos e livre de halogéneos (LSZH): Um guia para compradores

Os cabos de baixa emissão de fumos e livre de halogéneos (LSZH), também frequentemente designados por ZHLS, 0HLS ou cabos ignífugos sem halogéneos (HFFR), são fabricados para aplicações em que os fumos tóxicos e o fumo denso associados a cabos em PE e PVC possam representar um risco para as pessoas ou equipamentos sensíveis em caso de incêndio.

A evolução das normas de segurança na Europa tem levado à crescente adoção de cabos LSZH em ambientes específicos. Vejamos por que razão isto acontece, como funcionam estes cabos e quais as normas a considerar na sua seleção para um projeto.

Como funcionam os cabos LSZH?

Num incêndio, a bainha exterior de um cabo começa a queimar. Quando expostos a chamas, os cabos com compostos em PVC produzem grandes quantidades de fumo negro denso, gases tóxicos e ácidos. Em espaços mal ventilados ou subterrâneos, onde as rotas de evacuação podem ser obstruídas pelo fumo, estes gases tornam-se potencialmente fatais.

Os cabos LSZH utilizam um revestimento exterior ignífugo, cuja principal decomposição absorve a energia da chama, diluindo os gases da combustão. Isto cria um efeito de carbonização que atua como barreira contra o fogo, reduzindo significativamente a libertação de fumo e de substâncias químicas nocivas durante a combustão.

Alterações legislativas: quando e onde instalar cabos LSZH

Motivada por vários desastres com incêndios, a legislação sobre cabos LSZH tem vindo a evoluir há vários anos. A investigação oficial sobre o incêndio na estação de Kings Cross, em 1987, confirmou que a maioria das 31 vítimas mortais foram causadas por fumos tóxicos relacionados com PVC. Um desfecho semelhante foi registado no incêndio do aeroporto de Düsseldorf, em 1996, com 27 mortes.

Na sequência destes incidentes, vários países europeus restringiram o uso de cabos em PVC. Na Irlanda, por exemplo, os cabos LSZH são obrigatórios e ligados ao Regulamento Produtos de Construção (RPC). Por sua vez, países como a Suíça, os Países Baixos, a Alemanha e a Grécia tornaram o uso de cabos LSZH obrigatório em zonas de elevado risco, como vias de evacuação e/ou edifícios altos.

Embora a maioria dos tipos de cabo esteja agora disponível com bainha LSZH, cada instalação deve ser avaliada individualmente. Para oferecer propriedades de baixa emissão de fumos e sem halogéneos, o revestimento de um cabo LSZH utiliza uma elevada percentagem de aditivos ignífugos (enchimentos). Isto pode impactar outras propriedades, como a flexibilidade, a resistência química e a resistência à água - aspetos a considerar consoante as exigências do projeto. 

Quais as normas a que os compradores de cabos LSZH devem estar atentos?

Para que um cabo seja certificado como LSZH, deve ser submetido a uma série de testes de desempenho e conformidade com normas europeias e internacionais. Eis algumas das principais normas e procedimentos de ensaio a que os compradores de cabos devem estar atentos:

IEC/EN 61034-1/2 define o ensaio de densidade de fumo realizado numa câmara de 3 m³. O PVC queimado reduz a transmissão de luz até 10% (ou seja, a espessura do fumo obscurece a visão geral em 90%), enquanto os cabos de baixo fumo certificados devem garantir uma transmitância mínima de 60%. Em caso de incêndio num espaço fechado, isto garante que as vias de evacuação permanecem desobstruídas e com uma visão razoavelmente clara.

IEC/EN 60754-1 estipula que a emissão de cloreto de hidrogénio (HCl), gás ácido altamente tóxico, pelos cabos LSZH não deve ultrapassar 0,5%. O PVC pode libertar até 30% de HCl. Para certificar um cabo como LSZH, o processo de teste consiste em aquecer 1g+/-0,005g de material isolante num forno tubular a 935 ºC durante 30 minutos. Os gases produzidos são absorvidos numa solução de captura, que é depois transformada num litro de líquido.

Seguindo um processo semelhante, a norma IEC 60754-2 mede o pH da solução e testa os seus valores de condutividade. Os materiais de baixa emissão de fumo e sem halogéneos são definidos como tendo um valor de pH não inferior a 4,3 e uma condutividade não superior a 10 µS/mm.

Cabos LSZH habitualmente especificados

Os cabos N2XH, nas variantes Classe 2 e Classe 5 de flexibilidade, são cabos de alimentação de baixa tensão de 0,6/1 kV, de baixa emissão de fumo e sem halogéneos, com uma bainha exterior FRNC ignífuga e não corrosiva, para reduzir o risco de propagação do fogo e proteger equipamentos sensíveis. Estes cabos estão disponíveis com classificações RPC adequadas mesmo para instalações designadas de alto risco. Fabricados segundo a norma IEC 60502-1. A Eland Cables detém o maior stock de cabos N2XH na Europa, disponibilizando-os a pedido para projetos.

Os cabos N2XSH e NA2XSH são cabos de alimentação LSZH europeus de média tensão em 6/10 kV, 12/20 kV e 18/30 kV, com condutores de cobre ou alumínio e também disponíveis com camadas hidrófugas adicionais. Fabricados de acordo com a norma IEC 60502-2 e disponíveis diretamente do stock.

Os cabos BS6724 e BS7835 são cabos armados LSZH unipolares AWA e multipolares SWA (0,6/1 kV e 6,35/11 kV / 19/33 kV, respetivamente), que fornecem proteção mecânica adicional para instalações enterradas, de acordo com as normas britânicas. Disponível em stock para entrega no dia seguinte

EN 50288-7 RE-2X(st)H: cabos de instrumentação LSZH de acordo com a norma europeia, disponíveis com blindagem coletiva ou individual PimF (pares em folha metálica). Disponível em stock numa vasta gama de tamanhos.

Porquê optar pela Eland Cables para os seus cabos LSZH?

Como fornecedor líder de mercado com uma gama abrangente de cabos para aplicações de alimentação, controlo e dados, a Eland Cables compreende a importância de selecionar o cabo LSZH correto para o seu projeto.

Estamos empenhados em garantir qualidade e conformidade em todos os nossos cabos LSZH. São realizados testes rigorosos no The Cable Lab, as nossas instalações reconhecidas a nível mundial com certificação IEC/ISO 17025 e IECEE CBTL, incluindo IEC 60754-1 e IEC 60754-2 para testes de emissões de gases halogéneos e testes de acidez de gases, bem como testes de chama vertical de acordo com a IEC 60332-1-2 para garantir que as propriedades autoextintoras cumprem os parâmetros da norma.

Para discutir os requisitos específicos do seu projeto, entre já em contacto com um dos nossos especialistas.

 

 

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